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sexta-feira, 29 de novembro de 2013
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Mulheres da Guiné-Bissau querem mais poder no comando do país
Reportagem de 27.08.2013.
Um grupo de mulheres da Guiné-Bissau inicia na segunda-feira (02.09) uma campanha de informação dedicada às mulheres para que passem a assumir mais responsabilidades e poder na sociedade guineense.
Um grupo de mulheres da Guiné-Bissau inicia na segunda-feira (02.09) uma campanha de informação dedicada às mulheres para que passem a assumir mais responsabilidades e poder na sociedade guineense.
Várias formandas assistem à palestra sobre Direitos Humanos e Liderança Feminina
Quarenta anos depois de ter conquistado a independência, a Guiné-Bissau
continua a ser governada por homens, sem que as mulheres tenham obtido
um papel relevante no desenvolvimento do país.
Por isso, várias mulheres, de diversos quadrantes da sociedade
guineense, que se queixavam de ser fortemente discriminadas e, quase
sempre, relegadas para segundo plano, decidiram unir-se por uma presença
mais forte no comando do país.
Ana Constância Gomes é uma das formadoras do movimento
A União Europeia investiu cerca de 450 mil euros num projeto
destinado a apoiar a participação destas e de outras mulheres na
construção da paz na Guiné-Bissau. A iniciativa envolve meia centena de
organizações não-governamentais e estruturas femininas de base
comunitária.
Mulheres formadas para a Paz
A ideia da organização é formar mulheres guineenses nas áreas dos
Direitos Humanos, liderança feminina e prevenção contra a violência de
género.
"Vamos levar algumas dinâmicas que aprendemos aqui para as mulheres
poderem entender qual é o seu papel no terreno”, explica Ana Constância
Gomes, uma das formadoras.
Estimular a participação das mulheres na prevenção e gestão de conflitos
nas regiões de Bafatá, no Leste do país, em Cacheu, no extremo Norte, e
no Setor Autónomo de Bissau, em benefício de todos os habitantes dessas
regiões, é uma das linhas fortes do movimento, explica Ana Constância
Gomes.
“Nós, as mulheres, somos utilizadas como um objeto. Quando
existe uma campanha, as mulheres vão atrás a bater palmas, a dançar, a
cozinhar. Mas quando chega o momento da partilha, nós somos postas de
lado. Não temos a mesma visibilidade. Os homens acham que eles é que são
os detentores do poder”, critica. “Isto é um estereótipo que tem de
acabar”, frisa a dinamizadora.
Neste momento, a campanha de sensibilização está a dar instrução às
organizações não-governamentais nacionais ligadas à proteção dos
direitos da mulher e à prevenção da violência de género. O objetivo é
capacitá-las como formadoras e também como multiplicadoras.
“Se educares uma mulher, estás a educar uma sociedade. Nós, mulheres,
somos capazes de apaziguar, de resolver problemas. E nós pomos a
funcionar o que corre mal”, defende Ana Constância Gomes.
Uma mulher vota nas eleições presidencias da Guiné-Bissau em março de 2012
Eunice Mendes, uma das participantes, acredita que este tipo
de formação chegou no momento certo. “Nós precisamos dela para
transmitir a outras mulheres, que não têm a oportunidade de aqui estar,
as diferenças entre o homem e a mulher e para explicar qual é o tipo de
violência que elas muitas vezes são vitimas e não sabem”, esclarece.
Projeto estende-se a todo o país
Com a duração de dois anos, o projeto prevê a formação de nove
organizações não-governamentais guineenses. Será também reforçada a
capacidade de 40 estruturas femininas de base comunitária das regiões de
Bafatá e Cacheu.
Estão previstas 120 ações para tornar eficaz a integração das mulheres nos poderes locais e na gestão de conflitos.
O projeto está a ser coordenado pela organização não governamental
holandesa SNV, em parceria com a organização não-governamental guineense
RENLUV - Rede nacional de Luta contra a Violência baseada no Género e
Criança da Guiné-Bissau.
- Autoria Braima Darame (Bissau)
- Edição Nuno de Noronha/António Rocha
- Link permanente http://dw.de/p/19Xci
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